O vínculo entre mãe e filho começa a desenvolver-se ainda na gravidez e é um processo profunda e importante. Mais do que um simples afeto, essa ligação exerce uma influência o desenvolvimento emocional, social e mental da criança. Além disso, impacta significativamente o bem-estar da mãe e a sua adaptação ao papel de mãe.
O que é o vínculo entre Mãe e filho?
O vínculo mãe e filho trata-se de uma ligação emocional profunda que se constrói a partir de interações sensíveis e responsivas entre a mãe e o bebé. De acordo com a Teoria da Vinculação, uma relação segura com a mãe (ou cuidador primário) ajuda o bebé a explorar o mundo com confiança e segurança emocional. Ou seja, a criança sente-se protegida para crescer.
Por outras palavras, este laço constitui a base da formação da vinculação segura, essencial para o desenvolvimento saudável da criança.
O impacto da Saúde Mental Materna
Entre os vários fatores que influenciam o vínculo entre mãe e filho, destaca-se a depressão perinatal, que pode surgir tanto na gravidez como no pós-parto. Ainda assim, é importante sublinhar que o impacto dessa condição não se limita à experiência emocional da mãe: crianças cujas mães vivenciam esta realidade apresentam um risco acrescido de dificuldades no seu desenvolvimento.
Dessa forma, é fundamental conhecer os possíveis impactos para a criança, que incluem:
- Dificuldades emocionais e comportamentais;
- Défices cognitivos, da linguagem e de motricidade;
- Problemas de regulação emocional e interação social.
Para além disso, a ausência de um vínculo seguro e responsivo nos primeiros meses de vida pode, inclusive, prejudicar o desenvolvimento cerebral criança, bem como a sua capacidade de lidar com o stress de forma adaptativa.
Por outro lado, algumas mães enfrentam desafios acrescidos na criação dessa ligação afetiva. Nomeadamente, quando existe um histórico de relações familiares disfuncionais – como vínculos inseguros com os próprios pais – ou quando se vive em contextos conjugais marcados pelo conflito. Adicionalmente, sintomas de ansiedade e depressão durante a gravidez também podem fragilizar a ligação emocional com o filho, dificultando a construção de um relacionamento afetivo saudável com o bebé.
Interações que fortalecem o vínculo entre mãe e filho
O vínculo entre mãe e filho pode ser fortalecido através de interações simples, como o olhar, o toque, a amamentação e a resposta sensível ao choro. Esses gestos promovem libertação de oxitocina, associada ao bem-estar e à regulação emocional do bebé.
Importa salientar que falhas ocasionais na comunicação são naturais e esperadas. Contudo, quando seguidas de reparação sensível contribuem para uma vinculação segura e para o desenvolvimento da resiliência emocional da criança.
Como fortalecer o vínculo?
A boa notícia é que o vínculo entre mãe e filho pode ser promovido, protegido e reparado ao longo do tempo. Para tal, é importante considerar algumas estratégias eficazes.
Sugestões do CTEB:
- Em primeiro lugar, garantir poio psicológico na gravidez e pós-parto: identificar precocemente sinais de ansiedade ou depressão é fundamental;
- Em segundo lugar, recorrer a terapias de vinculação: voltadas para fortalecer a interação mãe-bebé de forma sensível e responsiva.
- Além disso, incluir o parceiro/família: o envolvimento do pai ou de outros cuidadores pode reduzir o risco de depressão materna e apoiar o vínculo;
- Por fim, promover o autocuidado da mãe: uma mãe emocionalmente acolhida consegue acolher melhor o seu filho.
Conclusão:
O vínculo entre mãe e filho é uma das relações mais transformadoras da vida humana. Trata-se de uma via de mão dupla: quando cuidamos da mãe, cuidamos também da criança.
Por essa razão, no CTEB, oferecemos suporte integral para a saúde emocional da mulher e da família, desde a gravidez até aos primeiros anos da infância. Com apoio, orientação e empatia, é possível construir vínculos fortes, seguros e duradouros.
Se é mãe e sente dificuldades na construção da vinculação com o seu bebé – saiba que não está sozinha. Estamos aqui para ajudar.